quinta-feira, 18 de maio de 2023

Lonely ones

Hoje, enquanto conduzia para o trabalho, Capicua começou a tocar. Casa no campo, uma música que tanto adoro e que me enche de recordações tuas. Não tenho a certeza porque é que me traz de volta a ti. Não sei dizer se é o sotaque, quase imperceptível na voz que canta. Ou se é a letra, que apregoa uma casa cheia de amor, no campo, onde as emoções e as sensações mais básicas são as que causam maior felicidade. Ou se é porque foste tu quem me introduziu à Capicua, enquanto me ias demonstrando que há rap tolerável. Com o tempo, vou tendo dificuldade em distinguir, ao certo, o que me recorda de ti. Na maioria dos dias, apareces-me quando não te espero. Roubas-me a atenção e os pensamentos, totalmente de assalto. E consomes-me nas horas restantes, como um pensamento que não me abandona. Quem sabe, todas as memórias de ti (e de nós) se misturem na minha mente, como um emaranhado de ideias. Sinto-as como, nos últimos dias, sinto a minha cabeça a rodar enquanto fecho os olhos. É por isso que não te tenho escrito; o cansaço e uma virose surpresa têm-me tirado a inspiração. Apesar disso, e da ausência latente de palavras para te confessar o meu amor, não perco as saudades. E continuo, todos os dias, a acordar na expectativa de que decidas voltar. Quero tanto voltar a ouvir a tua voz. Nem imaginas. 

Sem comentários:

Enviar um comentário

O que te vai na alma?