segunda-feira, 10 de abril de 2023

Não quero esperar por outra vida

Gosto genuinamente de escrever para ti. E sinto que há poucas coisas, no meu dia a dia, que me satisfazem tanto a alma. Já não sei dizer se as palavras, com o teu nome a ecoar, se tornaram um hábito. Ou se são uma espécie de terapia, que me ajudam a esquecer o cansaço do trabalho. Sei que me satisfaz. Que me preenche. Que me sinto eu, quando aqui venho. Não sei dizer se sentes o mesmo. Se este espaço te liberta da rotina; ou se faz parte das tuas horas de descanso. Se memorizas o que te escrevo e se, quando te sentes mais só (porque todos nos sentimos, em certos momentos), me procuras onde sabes que me vais encontrar. Comecei este ano a escrever que não voltaria a dirigir-te textos. Enganei-me. Quem sabe se porque me és inevitável. Quem sabe se porque, no meu inconsciente, pus de lado o meu orgulho. Foi com ele que me despedi de ti. Foi com ele, de punhos cerrados, que te disse que nos víamos noutra dia. Mas o tempo faz-nos mudar de perspetiva. E o tempo não me permite afastar-me. Sei que é assim porque, no meu âmago, gosto genuinamente de te escrever. De saber que as minhas palavras são tuas. Que eu seria tua, se me quisesses. Pouco importa, verdadeiramente. Porque, apesar de tudo, não me sinto tranquila noutro sítio. E não dormiria bem, se abandonasse este espaço. Tudo isto faz parte de mim. Tu fazes parte de mim. Como fazes parte das minhas palavras. Como és a inspiração para as minhas crónicas. Por motivos que desconheço, escrever-te realiza-me. Faz-me crer que tudo é possível. Que o amor assume várias formas. E que as minhas demonstrações dele assumem esta. Que não há nada mais honesto que isto.

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