domingo, 26 de março de 2023

Tu não o queres, meu amor?

Depois de um longo fim de semana, entre despedidas, funerais e mudanças, sinto que estou finalmente a parar. Ele ajudou-me a ultrapassar tudo isso. Voltámos a falar, como se o tempo não tivesse passado por nós. Mantemos a mesma química, ainda que separados por quilómetros. Porque, essencialmente, não podemos continuar a alimentar uma coisa que nunca pode, nem vai voltar acontecer. Assimilámos isso bem, até sentirmos que a distância que nos separava era mais forte que nós. Sento-me agora a refletir sobre isso. A pensar no que motiva que, ao fim de 48 horas, acabemos a discutir. Atribuí as minhas emoções a frustrações. Para as quais o culpava a ele. Mas não posso dizer que seja isso que me consome. És tu. É a tua ausência persistente; que, nestes dois dias, sinto ainda mais persistente. Morro de saudades tuas. Da atenção que me davas. Do carinho que as tuas palavras traziam. De como, contigo, vinha uma tranquilidade familiar: um cheiro a casa que não tenho igual noutro lugar do mundo. Porque és tu, e não outra pessoa qualquer? Porque é que te quero a ti, e mais ninguém me sacia? Porque é que não consigo deixar-te ir, por mais que me esforce? És uma droga, que me vicia as palavras e que me consome o coração. És uma perdição para mim. E eu vou-me sentindo, dia após dia, a desesperar. A dissipar-me em saudades que me consomem o gosto. És tu, só tu. Só quero que sejas tu. Tu não o queres, meu amor?

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